Ontem estreou "Babilônia", nova telenovela de Gilberto Braga e
companhia, que traz dentre as suas personagens um casal homoafetivo
vivido por duas das maiores atrizes brasileiras, Fernanda Montenegro e
Nathalia Timberg. Logo no primeiro capítulo elas se beijam (como todo
casal que se ama), e aí vem aquela velha lenga-lenga da apologia ao
homossexualismo, porque as criancinhas... etc. etc. etc.
Em primeiro lugar, quero dizer que não existe
apologia possível ao homossexualismo, porque o comportamento sexual de
cada um é regido majoritariamente pelo seu desejo pessoal e
intransferível.
Em segundo lugar, a dramaturgia, em qualquer
veículo, é um meio de expressão das questões humanas, e seres humanos
têm diversas formas de se relacionar sexual e afetivamente, desde que o
mundo é mundo.
Apologia se faz, e há séculos, de um único modelo de comportamento sexual, como se fosse possível enquadrar o desejo e o sentimento humanos num padrão a ser seguido por todos. Isto, sim, é uma aberração, de uma prepotência que pretende chegar às raias do que há de mais íntimo e pessoal.
Estamos, na verdade, deixando de ser conduzidos por um ideal hipócrita e desumano, que nega a nossa diversidade natural, para voltarmos a assumi-la como a nossa maior riqueza.
Na realidade, tirar o que é da natureza humana do plano do pecaminoso e abjeto não faz eu mudar meu objeto de desejo, não faz eu me atrair pelo que efetivamente não me atrai, portanto, eu não preciso temer (e ninguém deve temer pelo que sente) o que é diferente de mim. A não ser que eu esteja fingindo gostar do que não gosto, somente para ser aceito como "normal", para atender a um padrão que, afinal, historicamente, nem sempre foi este. Este padrão corresponde a uma determinada cultura, de um determinado tempo que, evidentemente, está contando seus últimos dias. E a história da humanidade sempre foi assim, mutante e mutável, porque a espécie precisa evoluir. Nada é estático, nada é para sempre.
Como indivíduos, temos duas saídas: abrimos nossas cabecinhas para acompanhar a evolução das coisas ou seremos tragados pela angústia de viver em tempos de grandes transformações.
Apologia se faz, e há séculos, de um único modelo de comportamento sexual, como se fosse possível enquadrar o desejo e o sentimento humanos num padrão a ser seguido por todos. Isto, sim, é uma aberração, de uma prepotência que pretende chegar às raias do que há de mais íntimo e pessoal.
Estamos, na verdade, deixando de ser conduzidos por um ideal hipócrita e desumano, que nega a nossa diversidade natural, para voltarmos a assumi-la como a nossa maior riqueza.
Na realidade, tirar o que é da natureza humana do plano do pecaminoso e abjeto não faz eu mudar meu objeto de desejo, não faz eu me atrair pelo que efetivamente não me atrai, portanto, eu não preciso temer (e ninguém deve temer pelo que sente) o que é diferente de mim. A não ser que eu esteja fingindo gostar do que não gosto, somente para ser aceito como "normal", para atender a um padrão que, afinal, historicamente, nem sempre foi este. Este padrão corresponde a uma determinada cultura, de um determinado tempo que, evidentemente, está contando seus últimos dias. E a história da humanidade sempre foi assim, mutante e mutável, porque a espécie precisa evoluir. Nada é estático, nada é para sempre.
Como indivíduos, temos duas saídas: abrimos nossas cabecinhas para acompanhar a evolução das coisas ou seremos tragados pela angústia de viver em tempos de grandes transformações.
(Cecilia Rangel; 17 de março de 2015)
Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro em "Babilônia"
telenovela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga
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