Fernanda Montenegro "O teatro para Gerald Thomas, creio, não é o teatro, essa visão macro e barroca tão comum entre nós. A identificação e o referencial único de Gerald é aquele simbólico centro do palco. O absoluto centro do espaço cênico, aquele mínimo círculo fechado por uma valeta, por onde escorre o sangue do Bode Sagrado. Para Gerald (para o Bode), esse buraco negro é o único núcleo da batalha. Sem embate o deus não desce (ou baixa) para o enfrentamento. Nenhum Bode, nem mesmo o Bode Sagrado, se deixa sacrificar sem luta, berros, marradas: reações, contestações fundamentais, para que a crise se instale e a criação se faça. Nessa alegoria, o Bode é o próprio Homem. O Homem-Bode não tem paz, porque não há um fim para a criação. E é aí que está o meu respeito pela sua batalha." Gerald Thomas É aí que está também o meu respeito pelo trabalho de Gerald Thomas: na viceral loucura artística com que ele doma o Bode Sagrado e faz-se cúmplice dele. Cecilia Ran...
Eu falus, tu falas, ele fala, nós filos-of-amos, vós filos-of-ais!, eles filos-of-am I?