Tom Jobim e Maria Lucia Rangel em 1974 / foto: Evandro Teixeira "Na noite de 7 para 8 de dezembro de 1994 sonhei com Tom Jobim. Acordava, lembrava do sonho, dormia novamente e sonhava com ele. De manhã, o primeiro telefonema foi da jornalista Lucia Guimarães, de Nova York, dizendo estar correndo um boato na cidade: “É sobre o Tom?”, perguntei, sabendo que ele estava por lá. Ela levou um susto e eu expliquei que tinha sonhado com ele a noite toda. “É sobre ele sim. Está correndo o boato que ele morreu”. No dia seguinte, ele foi velado no Jardim Botânico, lugar que amava e onde fizemos uma de nossas inúmeras entrevistas. Numa das tardes mais tristes da minha vida, fiquei sabendo por Ana Jobim, sua viúva, o que tinha acontecido. Enquanto o cortejo com o corpo do compositor seguia pela orla marítima carioca em direção à Casa dos Visitantes do Jardim Botânico, conversamos embaladas pelo som de uma pequena cachoeira que jorrava à nossa frente. Tom não queria ser ope...
Eu falus, tu falas, ele fala, nós filos-of-amos, vós filos-of-ais!, eles filos-of-am I?