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ELIS REGINA

Depois, no Centro Cultural do Banco do Brasil, uma magnífica exposição sobre Elis Regina.
Nem sei se eu sei falar de Elis, tamanha é a minha relação com ela e o que ela representa pra mim, em termos de música.
Muito se fala nas transformações que trouxeram a Bossa Nova, o Tropicalismo, até mesmo a Jovem-Guarda, nem discuto isso. O que eu quero alertar é que Elis Regina foi também, ela própria, sozinha, um "movimento" de transformação da MPB. Ela mudou tudo e, da maneira como mudou, somente ela conseguiu ir adiante daquela forma. Elis mudou o jeito de cantar, o jeito de se apresentar no palco, o jeito de ler e interpretar música, acrescentando-lhe um novo elemento: a teatralidade.
Cada álbum e cada show de Elis Regina constituia uma ideia, a concepção de um todo, tal e qual uma peça de teatro. Esta especialidade do seu trabalho chega ao auge em "Falso Brilhante", onde ela exibe sua verve de atriz em um espetáculo que misturava elementos de todos os estilos teatrais. Em seguida, vem "Saudades do Brasil", com fortes traços do Movimento Modernista, e por aí vai... antes, durante e depois.
Elis Regina não somente cantava  -  e como cantava !!! - , a música para ela era um projeto, o seu projeto de Vida, a única forma que ela tinha de se comunicar com o mundo, e obrigá-lo a ouvir o que ela tinha a dizer.
Eis o que é ser artista.
Que domingo!!!
Agradeço ao Universo, todos os dias, por ter nascido em uma geração que acompanhou tudo isso de perto.
Obrigada, Gil! Obrigada Elis! Obrigada, sobretudo, à Arte !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Cecilia Rangel


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