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Mostrando postagens de julho, 2011

DONA FERNANDA FALA DE THOMAS

Fernanda Montenegro  "O teatro para Gerald Thomas, creio, não é o teatro, essa visão macro e barroca tão comum entre nós. A identificação e o referencial único de Gerald é aquele simbólico centro do palco. O absoluto centro do espaço cênico, aquele mínimo círculo fechado por uma valeta, por onde escorre o sangue do Bode Sagrado. Para Gerald (para o Bode), esse buraco negro é o único núcleo da batalha. Sem embate o deus não desce (ou baixa) para o enfrentamento. Nenhum Bode, nem mesmo o Bode Sagrado, se deixa sacrificar sem luta, berros, marradas: reações, contestações fundamentais, para que a crise se instale e a criação se faça. Nessa alegoria, o Bode é o próprio Homem. O Homem-Bode não tem paz, porque não há um fim para a criação. E é aí que está o meu respeito pela sua batalha." Gerald Thomas É aí que está também o meu respeito pelo trabalho de Gerald Thomas: na viceral loucura artística com que ele doma o Bode Sagrado e faz-se cúmplice dele. Cecilia Ran...

VERBETES ATUALIZADOS

Telemarketing Ativo: setor da economia, surgido com a globalização, criado para invadir a privacidade dos cidadãos, violando sua intimidade, abordando-os de forma tacanha e insistente, sem limites de horário, com a finalidade de empurrar-lhes os mais variados e inimagináveis produtos do lixo/luxo capitalista.   Telemarketing Passivo: setor da economia, surgido com a globalização, criado para enganar os cidadãos consumidores, enrolando-os o máximo possível, atendendo-os de forma tacanha e indiferente aos seus direitos.  Gerundismo: Forma exagerada e incorreta de aplicação dos verbos no gerúndio, como consequência da forte influência do idioma inglês no Brasil, em detrimento da gramática de língua portuguesa. O uso do gerundismo, deflagrado pelos operadores de telemarketing, avançou rápido e democraticamente pelos diversos setores da sociedade, ajudando a compor o quadro de aculturação que nos acomete.      Cecilia Rangel (15 de julho de 2011)

ÂNIMO, MUNDO!

No mundo onde "imagem é tudo", são conceitos os rótulos aceitos,  despeitos que, feitos direito, dizem respeito a todo sujeito, efeito distorção. Proliferam-se, tal ratos, as tais celebridades,  as últimas novidades da mídia em sua lógica lojista do lob´s homem moderno;  com sumo de vitamina, proteína, cafeína, cocaína, anfetamina,  out a mente feminina, griffe, zona sul e favela.  Ai de nós! Ai dela! Tudo é mercadologicamente tão bem pensado, planejado,  de propósito tão meramente ocasional, solúvel, displicentemente misturado,  que já não se distinguem ambição e fome, realidade e ficção.   Tudo é farinha do mesmo saco no augusto vácuo da globalização. Cecilia Rangel (14 de julho de 2011)