"I go to the hills when my heart is lonely
I know I will hear what I´ve heard before
My heart will be blassed with the sound of music
and I will sing once more!"
(Eu vou para as montanhas quando meu coração está solitário,
eu sei que escutarei o que tenho escutado até então,
meu coração será abençoado pelo som da música
e eu cantarei mais uma vez!)
Dezembro chegou e, junto com ele, os sons, os aromas e as imagens da infância.
Muita gente não gosta de aniversário.
Eu adoro!
A cada aniversário reencontro aquele prazer em estado bruto e puro, que somente criança tem, em estar viva.
Desde menina sempre fui artista. Sempre foi somente através da arte que pude me sentir possível como ser humano. Desconheço outras formas de existir. E um dos momentos mais definitivos e impressionantes que experimentei com a arte durante a minha infância foi quando assisti ao filme " A Noviça Rebelde" na grande tela do cinema Arte Palácio Passeio (Centro do Rio de Janeiro). Eu tinha apenas seis anos de idade, e fui tomada pelos sons, pela beleza das imagens e, principalmente, pelo tempemperamento musical e rebelde de Maria, vivida por Julie Andrews. Assim como a personagem, eu cantava, canto e cantarei o tempo todo, por todos os motivos e também sem motivo algum. Da mesma forma que ela, sempre fui rebelde, intensa, falastrona, dramática, insubordinável.
É obvio que, a esta altura do campeonato, já aprendi a administrar minha natureza, claro, sem jamais desrespeitá-la, vilipendiá-la, ou abafá-la em favor do que os outros esperam de mim. E, justamente por amá-la (minha natureza), ensaiei com ela todo esse tempo a melhor forma de expressar sua força e energia sem desgastá-la, mostrando também o que tem de encantamento, sem falsos recursos, sem pudor.
A versão cinematográfica de Maria Von Trapp veio acompanhando cada etapa deste processo, revelando em cada uma delas uma nova faceta de sua história, crescendo junto comigo, reafirmando-se como a tradução de tudo o que mais aprecio: a genuína alegria, a espontaneidade, o respeito pelo pensam e sentem as crianças, a ética nas atitudes cotidianas para com o amor, na relação com os outros, a lealdade, o companheirismo; e ela, A MÚSICA, como o elemento propulsor do que há de melhor e mais criativo no ser humano.
Muita gente perguntará: _ "Tudo isso em A Noviça Rebelde?"
Sim, tudo isso está no filme, e colocado sem nehuma cerimônia com a felicidade, com a beleza, com o maravilhoso.
É só assitir sem preconceito.
CECILIA RANGEL
(5 de dezembro de 2010)
Querida, Cecília
ResponderExcluirVc fez uma síntese linda e perfeita do que chamamos alegria de viver com a espontaneidade que essa emblemática personagem Maria Von Trapp representa no imaginário de todos nós. Alem das sutilezas de comportamento que a personagem sugere o tempo todo.
Lida reflexão que vc fez da Maria e da Cecília. Rangel
bjss
SoniaClra