A TAL DA FELICIDADE
Mesmo assoberbada com as minhas diversas tarefas diárias, foi impossível não parar tudo para me deixar encantar pela diferente luminosidade com que o Sol veio banhar o centro da cidade do Rio de Janeiro esta tarde. As cores da paisagem ganharam uma nova tonalidade, anunciando a chegada da próxima estação.
O outono carioca é um espetáculo a parte; época preferida dos fotógrafos e cineastas para a capitação de imagens em externas.
Estiquei a rede em minha varanda, de onde tenho um ponto de vista peculiar da paisagem urbana, deitei e pensei nela... a FELICIDADE. Mais do que pensar, eu senti o fogo brando com que ela aquece minh'alma de forma profunda, doce, perene, uma força da minha natureza, aliás, da natureza de todo ser humano.
A felicidade é um dom, um talento inerente a todos, mas nem todos têm vocação para ela porque, infelizmente, a maioria de nós não consegue abrir mão das inhacas e couraças emocionais que alimentamos com um amontoado de mofadas teorias, que protegemos como se fosse um precioso relicário.
Uma dessas "preciosidades teóricas" é a firme descrença na existência da felicidade, e a afirmação taxativa de que há apenas momentos felizes. Ora, se a felicidade não existe, como pode ela se manisfestar em alguns momentos? Que momentos são esses que podem fazer algo que não existe passar a existir mesmo que momentaneamente? Momentos de prazer, de alegria, de conquista? É a isso que chamamos realismo, praticidade, racionalismo? Felicidade é coisa de sonhador?
Pois bem, não conheço em toda a história da humanidade nenhum realista que tenha realizado coisas. Os realistas não modificam nem a si nem nada à sua volta, embora reclamem sistematicamente da realidade que lhes é imposta. Reclamam, mas não transformam, posto que a postura assumidfa pelo realista é a de aceitá-la sem discussão. É uma espécie de gente que jamais erra, porque não arrisca, não "mija fora do caco", simplesmente continua.
Já o sonhador, não. O sonhador tem vocação para a felicidade, por isso ele cria, acredita no que cria e transforma a realidade, recriando-a.
É verdade que há quem crie coisas para fazer os outros pararem de criar. Essas pessoas acreditam que detêm o poder, a ordem e o comando sobre o que pode ou não ser propagado. Elas vendem seus produtos e escolhem quem irá comprá-los, e têm lá seus momentos de prazer, alegria e conquista, mas não são felizes porque sofrem de retenção anal; têm medo de perder o que têm, de se perder ao se entregarem a alguém, e têm medo de descobrir que não são o que acham que são.
As pessoas que compram os produtos desses caras também não são felizes porque compraram a ideia de que só existem momentos felizes, e vivem tentando fabricar esses tais momentos felizes o tempo todo, artificialmente, a todo o custo.
Felicidade não é um êxtase que perdurará o resto da Vida após o primeiro beijo no ser amado, ou quando se passa em um concurso público, ou ao comprar a casa própria. A felicidade não é melosa nem entediante, muito menos uma vontade repentina de sair dançando pelas ruas.
Felicidade é o ânimo fundamental que impulsiona o indivíduo humano a crer em si mesmo e nos seus propósitos, e que o faz levantar-se todos os dias para alcançá-los, sob quaisquer circunstâncias, mesmo quando é mais fácil se abater, mesmo quando os outros acham tola a sua felicidade.
O indivíduo feliz contagia positivamente o ecossistema!
Salve o planeta, seja feliz!
CECILIA RANGEL
(19 de março de 2010)
Espetáculo!!! Só nós, os felizes por opção, sabemos como é fácil. Basta estar vivo. Beijo. Fátima Leão
ResponderExcluir"Felicidade é o ânimo fundamental que impulsiona o indivíduo humano a crer em si mesmo e nos seus propósitos, e que o faz levantar-se todos os dias para alcançá-los, sob quaisquer circunstâncias, mesmo quando é mais fácil se abater, mesmo quando os outros acham tola a sua felicidade."
ResponderExcluirE quantos já não acharam, minha amiga! Contudo, eis que sempre pensei: Só estamos aqui para isso! O resto é bobagem! Que serei quando sair da vida? Restará uma história de tristeza ou de felicidade? - Continuo preferindo ser tolo. rsrsrs...
Beijos na Alma... Texto valioso!